Hoje aviso-te
que ficarei para sempre
arquejando no teu corpo,
na orla infinita da tua mão,
no teu ombro, que é uma espada.
Na tua língua, que é a minha.
Só o teu coração saberá
se é
promessa ou ameaça,
mas ficarei para sempre
e basta.

E entre os dois – estranhamente -
termina o absurdo território do poder.
Aproximas-te:
água-deserto-mel,
e estendo-me
mel-deserto-água.
Não sei onde começas,
onde começo...
como a dança do golfinho no oceano.


Lourdes Espínola

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DÁ-ME, JESUS

A Morgadinha dos Canaviais

Branqueamento do fascismo em antena aberta ou simples exercício do livre arbítrio?