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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

tédio... voilà!

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foi a primeira vez que experimentei algo do género, mas até correu bem. Utilizei uma caneta de acetato e verniz preto e um pincel fino. Algumas partes não ficaram tão bem porque infelizmente o pincel já estava nas últimas e quase todo depenado e com os pelos tortos. Mas aqui fica o primeiro experimento de umas sabrinas feias transformadas nuns sapatos tribal style :) do it yourself é mais barato, mais giro e com certeza tem muito mais personalidade
E de súbito desaba o silêncio. É um silêncio sem ti, sem álamos, sem luas. Só nas minhas mãos ouço a música das tuas. Eugénio de Andrade

já agora,

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e que estamos aqui no mood dos retornos, fica também algo para recordar. esta foto lembra-me o zé. e muitas outras coisas mais. mas principalmente o zé.

voltar a sério

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já chega desta ausência, cheguei onde queria chegar, este blog acompanhou-me e a ele obrigada, com mais de metade das postagens apagadas por raiva e vergonha de escrever coisas tão tolas o meu blog está feito de pedaços que não são meus. não quero mais ser impessoal, ausente, estranha. quero estar presente no meu blog que quanto muito sou só eu que leio. quero escrever de novo e não me preocupar muito com o que vão achar disso. tenho aqui o meu pequeno diário secreto. que prefiro mil vezes mais que ao facebook, perder tempo aqui é ganhá-lo. estou de volta, desta vez a sério. para quem ainda não sabe, eu sou roxa e cresce açúcar nos meus lábios

Jardim Botânico 2012

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Porque não vens agora, que te quero E adias esta urgência? Prometes-me o futuro e eu desespero O futuro é o disfarce da impotência. Hoje, aqui, já, neste momento, Ou nunca mais. A sombra do alento é o desalento O desejo o limite dos mortais. Miguel Torga
Hoje, perguntando onde estás, e o que fazes, ouço as palavras tristes da solidão que me responde, sem nada me dizer, ao dizer-me tudo. O que fazes e onde estás, pergunto ao silêncio que me deixaste; e ouço em mim a resposta, num eco que vem de ti, perguntando por mim. E neste espelho que entre mim e ti a ausência constrói, outro espelho reflecte o vazio da sua imagem, até esse infinito em que a minha pergunta te responde, para que me devolvas o eco em que as nossas vozes se juntam. Nuno Júdice

O Segredo Dos Plátanos

Quando se ama morre-se sempre de amores sempre um bocadinho e morre-se de amores por quase nada. É este o segredo que os plátanos decepados junto ao rio me confessaram. Há quem tenha a esperança intacta e quem a tenha perdido toda pelo caminho. Pedro Paixão in Quase gosto da vida que tenho

Tenho tanto sentimento

Tenho tanto sentimento Que é frequente persuadir-me De que sou sentimental, Mas reconheço, ao medir-me, Que tudo isso é pensamento, Que não senti afinal. Temos, todos que vivemos, Uma vida que é vivida E outra vida que é pensada, E a única vida que temos É essa que é dividida Entre a verdadeira e a errada. Qual porém é a verdadeira E qual errada, ninguém Nos saberá explicar; E vivemos de maneira Que a vida que a gente tem É a que tem que pensar. Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

Entras

Entras em mim descalça, vulnerável como um alvo próximo, ferida nos joelhos e nas coxas. Pelo tacto nos conhecemos, é essa luz oblíqua que nos cega. E te pertenço e me pertences como a lâmina à bainha, a chama ao pavio. Albano Martins

Preciso que me olhes nos olhos

Preciso que me olhes nos olhos Que me dispas em teus lábios E me conheças, além das palavras Preciso que me olhes nos olhos Que me arranques suspiros e tremores E teu gosto fique em mim, depois do amor. Fernanda Guimarães

Se me esfolassem agora

Se me esfolassem agora encontrariam o teu nome colado num dos meus ossos. De mim continuariam a nada entender. Quanto a mim, sei que sou teu. Manuel Cintra 

Se tu viesses ver-me

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha, A essa hora dos mágicos cansaços, Quando a noite de manso se avizinha, E me prendesses toda nos teus braços... Quando me lembra: esse sabor que tinha A tua boca... o eco dos teus passos... O teu riso de fonte... os teus abraços... Os teus beijos... a tua mão na minha... Se tu viesses quando, linda e louca, Traça as linhas dulcíssimas dum beijo E é de seda vermelha e canta e ri E é como um cravo ao sol a minha boca... Quando os olhos se me cerram de desejo... E os meus braços se estendem para ti... Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"

A Praça

A praça da Figueira de manhã, Quando o dia é de sol (como acontece Sempre em Lisboa), nunca em mim esquece, Embora seja uma memória vã. Há tanta coisa mais interessante Que aquele lugar lógico e plebeu, Mas amo aquilo, mesmo aqui ... Sei eu Por que o amo? Não importa. Adiante ... Isto de sensações só vale a pena Se a gente se não põe a olhar para elas. Nenhuma delas em mim serena... De resto, nada em mim é certo e está De acordo comigo próprio. As horas belas São as dos outros ou as que não há. Álvaro de Campos, in "Poemas"  Heterónimo de Fernando Pessoa

A Angústia Insuportável de Gente

Ah, onde estou onde passo, ou onde não estou nem passo,  A banalidade devorante das caras de toda a gente!  Ah, a angústia insuportável de gente!  O cansaço inconvertível de ver e ouvir!  (Murmúrio outrora de regatos próprios, de arvoredo meu.)  Queria vomitar o que vi, só da náusea de o ter visto,  Estômago da alma alvorotado de eu ser...  Álvaro de Campos, in "Poemas"  Heterónimo de Fernando Pessoa

dia dos namorados

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A PERSONIFICAÇÃO DO UTÓPICO

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Peter Callesen “É no encontro - ou confronto - dessas duas condições, em uma espécie de personificação do utópico, que estas obras se tornam vivas, muitas vezes de forma tragicômica” O Artista http://www.petercallesen.com/